A Igreja antigamente era uma luz dourada Que enchia os corações de paz e de esplendor, Sublime manancial, fonte viva ao amor, Jorrando sob o sol de mística alvorada. A palavra da fé caia como um luar De esperança divina, esplendorosa e doce, Sobre as dores cruéis, mas tudo transformou-se Quando Pantagruel apareceu no altar. Então, desde esse dia, as dúlcidas lições Do exemplo de Jesus o meigo Nazareno, Sumiram-se no horror do lamaçal terreno, No multissecular mercado de orações. De Deus fez-se um cifrão imenso, extraordinário, Inventou-se o ritual de um Cristo estranho e novo E fez-se a exploração sacrílega do povo Sobre a tragédia santa, excelsa do Calvário. Ó Igreja, esquece ao longe as indústrias da cruz, Só o Amor é farol no humano sorvedouro, Deixa ao mundo infeliz as caixas-fortes de ouro E volta, enquanto é tempo aos braços de Jesus!… |
Esta mensagem, que no livro impresso não incorporam os últimos dois versos (4 e 5), foi publicada originalmente em 1935 pela LAKE e é a 7ª da 2ª Parte do livro “”