Ó igreja, a tempestade imensa e escura assoma, Apesar das funções políticas de Roma, Enegrecendo o mundo e ensanguentando a Terra!… E enquanto a fome, a dor e os martírios da guerra Humilham sem cessar a grande massa humana, Fazes o carnaval da Comédia Romana, Onde os clowns e arlequins, pierrôs e colombinas São grandes multidões de mitras e batinas… Quando a dor faz do mundo um triste sorvedouro, Exibes sem cuidado as arcas do teu ouro!… Guarda-te da extorsão das listas e sacolas, Olha o espelho de dor das lutas espanholas. Não deves te iludir no movimento enorme! O coração do povo é como um leão que dorme, E o povo há de pedir Que a noite de hoje pague à aurora do Porvir! São as ânsias sociais que Leão XIII e Pio XI Tentaram dirimir com dogmas de bronze. É preciso atenuar os raios da tormenta, Com a energia do Amor que salva e que alimenta, Deixa o balcão do Altar, os Púlpitos e as Missas, Procura reparar as grandes injustiças!… Igreja, o mundo inteiro anela um Novo Dia, Remodela o interior de tua sacristia, Porque depois da treva há de haver uma luz, Luz que há de esclarecer tua lei feita à socapa; Liberta-te das mãos sacrílegas do Papa E volta enquanto é tempo aos braços de Jesus. |