Quanto é amargo e penoso ver tateando O pobre cego sobre a senda escura!… Quanto mais vive, mais a desventura Escurece-lhe o dia miserando… Mas há, na Terra, noite ainda mais densa, Cheia de escuridão e iniquidade Dos que se vão, sem luz e sem piedade, Afundar-se no abismo da descrença. Cegos de Deus, felizes vós vos credes, Pois que as luzes celestes já antevedes, Pelo poder da fé que ampara e adoça Vivei tranquilos nessa noite imensa, Porque no mundo a treva da descrença É uma estrada mais negra do que a vossa!… |