Lira Imortal

Capítulo VI

Dois de novembro



A alma presa das lágrimas terrenas,

Lembrando a alma que busca o mundo etéreo,

Hoje espalha na paz do cemitério

Um dilúvio de rosas e açucenas…


Mas das luzes puríssimas do império

Das plagas bonançosas e serenas,

Vimos nós mitigar as vossas penas,

Na divina jornada do mistério.


O nosso imensurável Campo-Santo

É toda a Terra, imersa em mágoa e pranto,

Onde estão nossos mortos soterrados.


No sepulcro da carne apodrecida,

No turbilhão de lágrimas da vida,

Entre as sombras da dor e dos pecados!…