Ri, corpo humano, o riso dos palhaços, Nos espasmos das articulações, Inda mesmo com a carne em afecções, Caindo nua, em pútridos pedaços. Ri, na lubricidade dos devassos E na volúpia das corrupções, Inda que se amarfanhem corações Com teus risos irônicos e crassos. Ri, sempre, porque a alma, essa, paupérrima, Dia há de vir se encontrará misérrima, Com o seu quinhão de lágrimas nos ermos… Ri, corpo humano, esquálido fantasma, No mesmo barro obscuro, onde se plasma A figura dos grandes estafermos. |