Dos martírios da cruz, das suas dores, O Senhor da Verdade, há dois mil anos, Derrama a luz nos corações humanos E lhes clareia a senda de amargores. É da cruz, dos seus dúlcidos arcanos, Que Ele ampara e consola os pecadores. Aluviões de seres sofredores, Nas estradas de espinhos e de enganos. — Perdoa-lhes, meu Pai!… — ainda se escuta No deserto de pedra áspera e bruta Do Calvário — a coroa dos seus atos! Mas no mundo de carne e sombras mudas, Vê-se o interesse triste de outros Judas, E os preconceitos frios dos Pilatos. |