André Luiz, meu filho, cursava a Fundação Educacional Souza Marques, no segundo ano de medicina, quando deu-se o seu passamento, vitimado por aneurisma cerebral, que levou-me a grande desespero e descontrole.
Dézinho, seu apelido familiar, possuía várias medalhas de esportista da escola, gozava de plena e perfeita saúde. Não compreendia como podia ter acontecido.
Devido ao meu estado, procurei um psiquiatra, achando que poderia resolver minha situação, fui aconselhada por ele que procurasse sair de minha casa à procura de serviços no campo da ajuda mútua, da caridade cristã.
Incentivada, entrei em contato com Alcina Barcelos, amiga muito querida que me aconselhou procurar o Grupo Espírita André Luiz; trabalhei no setor de Assistência Social e, oportunamente vim a conhecer sua Diretora Dra. Silvia Ferreira da Silva, que, após algum tempo, interpelou-me e preocupada com minha situação e atuação, pois não estava me encontrando nesse trabalho, perguntou-me:
“O que se passa com você?” Aproveitei-me dessa pergunta e indaguei se ela conhecia Chico Xavier e se eu poderia me avistar com ele.
Respondeu-me que sim e que aguardasse com calma, pois levar-me-ia a qualquer momento. Ela desconhecia minha situação. Nada lhe contei. Achou até que fosse um problema familiar.
Quinze dias após, Dra. Silvia procurou-me e se eu estivesse em condições de ir, que me preparasse; Chico estaria em Uberaba naquele fim de semana.
Não tinha conhecimento sequer com Chico e com a Doutrina Espírita. Fiquei aflita em chegar; ansiava muito esse encontro, certa de que poderia receber algumas palavras de conforto.
Em 10.8.1973 íamos ao seu encontro e, para minha surpresa, notei um grande número de pessoas. Pensei, não terei a mínima possibilidade de falar-lhe. Doente, tinha receio de penetrar no meio de toda aquela gente. Fiquei isolada num dos cantos do salão. Chico adentrou pela porta do fundo, que ligava à sua residência. Os que tiveram oportunidade de conhecer a Comunhão Espírita Cristã, irão lembrar.
Não poderia imaginar, ouço Chico chamar-me e pedir ao povo que abrisse um caminho para que eu passasse e dizia: “Gente, por favor, deixem a Dona Neumis passar, ela está muito doente.” Admirei-me, estava a uns quinze metros do Chico, ele nunca me viu, não me conhecia e chamava-me para a frente!” A senhora Carmem Higino dos Reis, que trabalha com o Chico, a qual devemos muito pelo seu carinho, gentilmente levou-me à sua presença.
Fiquei completamente muda; Chico pedia que me acalmasse, abraçando-me, beijou-me com muita ternura, percebi então que começava a me refazer naquele momento. Chico ainda para justificar minha presença, virou-se para uma senhora que não conheço, dizendo: “Ela perdeu seu filho.” Outra surpresa, não havia falado nada da desencarnação do meu filho.
Aguardei com os demais o término dos trabalhos e voltei para o meu hotel, com o convite de regressar na manhã seguinte para uma pequena reunião, que costumeiramente Chico fazia com um grupo mais restrito. Dessa reunião voltamos mais confortados.
Em 13
, endereçados aos pais queridos aqui presentes, especialmente, André Luiz, o jovem a que me refiro pede aos pais que se refaçam. O aneurisma não foi o fim, exclama ele, rogando à mãezinha para que se acalme e confie em Deus. Ele tem dificuldade para se exprimir como deseja, conquanto já esteja trabalhando. Peça a irmã Neumis fortaleça o filho que não morreu.”
Dada a emoção do momento, jorrou pelas minhas narinas grande quantidade de sangue. Refeita, voltei ao hotel.
Em outras viagens, isto é, precisamente em 20.7.1974, sete meses após sua desencarnação e apesar de receber vários recados de André Luiz, desejava profundamente uma mensagem. Que veio com a graça de Deus, na data acima.
Nessa mensagem meu filho relata sua desencarnação, seu encontro com o Dr. Alcides de Castro, já desencarnado e que fora grande amigo de meu marido, sua bisavó, que ele carinhosamente tratava de “Bisa Maria”, e outros pontos mais que nos surpreenderam muito.
Com todos os testemunhos que nos assombraram, ainda assim, minha confiança balançava, e só vim solidificá-la e encerrar meu sofrimento na sua terceira mensagem. André Luiz identificou-se da maneira que somente eu, meu marido e ele conhecíamos, que foi: “… pedi a meu pai que proteja a nossa querida Miúda, porque tenho necessidade de recorrer a intimidade familiar recordando a minha própria infância, quando comecei a chamar você, querida mamãe por “Miúda e Chupetinha” … necessitamos recorrer a passagens do lar que ficam sendo somente nossas…”
A única coisa que faltava era isso, esses apelidos “Miúda e Chupetinha”, só eram ditos por ele, restritamente em nosso ambiente familiar. Entre nós três.
Hoje, professando a Doutrina Espírita, encontrei o lenitivo que muito esperava, no meu berço religioso, o qual agradeço os momentos em que vivi dentro do catolicismo, mas o que a Doutrina Espírita esclareceu-me e confortou-me é indescritível.
Devo a minha existência a esse abnegado e incansável médium, companheiro e orientador, pois pensava seriamente desistir desta encarnação. Essas mensagens chegaram no momento mais crítico de minha vida. Clareou-me a visão e apelo a todas as mães, que como eu se viram com a dor maior, que é a perda de seus filhos, reflitam seriamente nesses momentos e tenham a certeza de que nossos filhos estão a amparar-nos no Além; Deus nos deu essa dádiva da maternidade, que é dar luz à vida e não apagá-la.
A influência da mediunidade e da pessoa do Chico, trouxeram-nos momentos de grande tranquilidade e felicidade. Ao depararmos com problemas, buscávamos a sua imagem, numa prece de agradecimento a Jesus por tudo recebido e logo se fazia notar a paz no ambiente. Transformou nossa conduta no modo de agirmos, abrindo-nos caminhos por nós desconhecidos que nos levaram a um porto mais seguro.
Portanto, tudo o que de bom e bem nos acontece, atribuo a esse irmão e companheiro, reconhecendo que sem a.sua participação não estaria como estou.
Que Deus possa lhe dar a eternidade em nosso meio; se nós partirmos nada representamos para a humanidade, mas, Chico é e será o companheiro para todos em todas as épocas.
Por isso ele está aí, com cinquenta anos de Amor e Ensinamentos, trazidos por suas abençoadas mãos, dos 1rmãos que representam a plêiade de Espíritos Maiores.
Que Deus o abençoe sempre. Aparte do Sr. Luiz Dantas da Silva.
Com o meu endosso nas palavras de minha esposa, Neumis de Souza da Silva, gostaria de levar o reconhecimento de público a tão ilustre figura de Chico Xavier, que demonstrou numa vida de cinquenta anos de mandato mediúnico, que amar ao próximo pode ser exemplificado nas caminhadas peregrinas da bondade, amenizando corações aflitos.
Saciou a fome espiritual e material com o seu manancial de amor, com o apoio das forças Divinas que o impostaram neste plano terreno como o seu enviado.
Ouvia falar muito de Chico Xavier através do Dr. Alcides de Castro, Joaquim Cassão de Castro e na leitura espírita.
Meu desejo sempre foi muito grande em conhecê-lo pessoalmente, mas em situações mais alegres. Mesmo assim nossa alegria é eterna, por tudo o que representa para nossa família na sua transformação, ao encontro do Caminho, da Verdade e da Vida.
Minha busca fez-me encontrar o médium e o Amigo de todas as horas.
Gostaria de relatar e não deixar passar, um caso acontecido conosco em uma das reuniões que lá estávamos; minha senhora recebeu uma dádiva tão grande da espiritualidade que a deixou emocionadíssima, bem como todos os presentes que, possuídos de grande emoção, não conseguiram conter as lágrimas que rolaram pelas suas faces.
Em nossa saída para casa, Chico amavelmente solicitou-nos uma reunião de passes, para despedida, preocupado porque viajaríamos à noite. Neumis, concentrada em preces, ao receber o passe das mãos de Chico, choveu pétalas de rosas sobre ela.
Perguntando posteriormente ao Chico sobre o que acontecera, esclareceu-nos que André Luiz, nosso filho, carinhosamente se fez presente à sua mãe, cobrindo-a com essa chuva de pétalas orvalhadas.
O mais interessante, explicou-me também, por uma pergunta formulada por mim, que essas pétalas haviam sido colhidas aqui na Terra mesmo.
Neumis perguntara-lhe se aquelas pétalas aguentariam a viagem de volta, o calor era imenso. Maior do que quando chegamos. Chico respondeu-lhe: “Que chegariam como saíram de Uberaba”. O que aconteceu.
No dia seguinte, voltando a Friburgo em nossa casa, Neumis foi a florista e ela ofereceu-lhe uma rosa exatamente igual a do dia anterior, com as pétalas de duas nuances, rosa e amarela, numa pétala só.
Chico, Jesus nos disse “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei” e nós dizemos: “Obrigado Jesus, pelo exemplo vivo que permitistes entre nós”.
(Estrada do Tingui, 1221 - Rua 6, nº 50 - Campo grande, RJ)