Religião, em tese, é a presença do Criador na criatura, guiando a criatura no rumo da perfeição.
Compreendendo assim, reconhecemos que todos os assuntos de administração humana são temas das leis humanas, que a todos nos compete respeitar e prestigiar. Entretanto, no mundo de nós mesmos, é justo contar com a religião para resolver-nos os problemas da vida íntima.
E, se a religião não nos ajuda a conduzir atitudes e sentimentos…
Se não nos ampara, nas horas de crise ou de tentação, ensinando-nos a observar e raciocinar…
Se não nos suprime os conflitos de origem sexual, esclarecendo-nos que a comunhão afetiva se relaciona com a responsabilidade dos parceiros que a compartilham, baseando-se na lealdade aos compromissos assumidos e nas decisões da consciência de cada um…
Se não nos propicia entendimento e resignação diante da dor, demonstrando-nos com os princípios de causa e efeito que nunca feriremos a alguém sem ferir a nós próprios…
Se não nos imuniza contra a revolta, ante as aparentes desigualdades sociais, induzindo-nos a aceitar a Justiça de Deus imanente nas menores ocorrências da vida…
Se não nos demonstra que a nossa renovação para o melhor pode acontecer em qualquer lugar e em qualquer tempo, tudo dependendo de nossa própria vontade…
Se não nos favorece com visão nova da vida, para além do Plano Físico, arrancando-nos ao desespero e sustentando-nos a paz e a conformidade, nos dias cinzentos de adeus aos entes queridos, perante a separação temporária, à frente do túmulo…
Então, a religião terá fracassado, mas urge reconhecer que não fracassou e nem fracassará, em sua elevada missão de tutora maternal das criaturas terrestres, consolando-as e redimindo-as, nas múltiplas faixas de trabalho em que se especifica; e, por testemunho do que afirmamos, temos atualmente a Doutrina Espírita, entre os homens, restaurando o Cristianismo e explicando as leis que regem o ser e o destino, a vida e a morte, o sofrimento e a evolução, em todas as frentes da Humanidade.