Proclamar as próprias convicções, notadamente diante das criaturas que se nos façam adversas, é coragem da fé, no entanto, semelhante afirmação de valor não se restringe a isso.
O assunto apresenta outra face não menos importante: o desassombro da tolerância pelo qual venhamos a aceitar os outros como os outros são sem recusar-lhes auxílio.
Cunhar pontos de vista e veiculá-los claramente é sinal de espontaneidade e franqueza, marcando alma nobre.
Compreender amigos e adversários, simpatizantes ou indiferentes do caminho, estendendo-lhes paz e fraternidade, é característico de paciência e bondade, indicando alma heroica.
Demonstra a própria fé, perante todos aqueles que te compartilham a estrada, mas não deixes de amá-los e servi-los, quando se patenteiam distantes dos princípios que te norteiam.
Reportamo-nos a isso, porquanto, junto dos companheiros leais, surgirão sempre os companheiros difíceis:
Esse de quem esperavas testemunhos de amor e bravura, nas horas graves, foi o primeiro que te deixou a sós, nos momentos de crise;
Aquele, em cujo coração plantaste sinceridade e confiança, largou-te ao ridículo, quando a maioria mudou, transitoriamente, de opinião;
Aquele outro a quem deste máximo apreço te retribuiu com sarcasmo;
E aquele outro, ainda, é o que te criou problemas e inquietações, depois de lhe haveres dado apoio e vida.
Todos eles, porém, se nos erguem na escola do mundo por testes de persistência no bem.
A coragem da fé começará sempre através da veemência com que exponhamos as próprias ideias, diante da verdade, entretanto, só se realizará em nós e por nós, quando tivermos a necessária coragem para compreender todos os homens, — ainda mesmo os nossos mais ferrenhos perseguidores, — como nossos verdadeiros irmãos e filhos de Deus.