Todos somos filhos de Deus e, nessa condição, de um modo ou de outro, carecemos todos nós do Amparo Divino.
Meditando nisso, não teremos qualquer dificuldade para reconhecer o imperativo do apoio mútuo, em todos os nossos processos de vivência, já que não compreendemos em Deus justiça sem bondade e nem bondade sem justiça.
Por essa mesma razão, é fácil observar a necessidade do ajustamento entre socorro e cooperação.
A fim de que o mecanismo do auxílio funcione com segurança, entre aquele que necessita de amparo e aquele que pode ajudar relativamente, é indispensável venha a surgir e fixar-se o auxílio daqueles outros que possam ajudar mais ainda.
O doente não prescinde do tato e do entendimento de quem o assiste, a fim de que o médico disponha do campo adequado à atuação curativa.
A criança reclama a vigilância de pais ou tutores que a protejam para que o professor, junto dela, encontre o clima propício à obra da educação.
E criatura alguma, integrada nas responsabilidades próprias, se lembrará de perturbar o trabalho da recuperação física e do aprimoramento cultural, com interferências inoportunas.
Assim ocorre quanto ao socorro espiritual. Os amigos que operam em mais elevado nível de evolução estão prontos à prestação de serviço, em favor dos companheiros em estágio educativo na Terra, mas para isso aguardam o concurso dos irmãos amadurecidos na experiência que se lhes erijam em suportes às boas obras que lhes caibam realizar.
Impossível que os 1nstrutores da Paz consigam tranquilizar o ambiente humano, quando os que verificam o imperativo da paz agravam os problemas formados pela discórdia. Impraticável a ação dos Espíritos Benfeitores na restauração íntima de alguém, quando aqueles que reconhecem à imposição de semelhante reajuste descambam para a condenação.
Se anelamos a libertação do mal, saibamos colaborar na extinção do mal. Se nos propomos sanar o desequilíbrio, procuremos rearmonizar.
Amigos do mundo, sempre que buscardes o concurso daqueles amigos outros que se domiciliam na 5ida Maior, recordai que lhes sois os pontos de apoio para que a colaboração deles se efetue. Em qualquer Plano do Universo, toda vez que desejarmos realmente o bem, é forçoso nos convertamos em colunas vivas do bem.
(Anuário Espírita 1972)