Nas horas de crise, reflitamos na própria libertação espiritual, a fim de seguirmos, em paz, nas trilhas do cotidiano.
Queixas-te, por vezes, de cansaço e tensão, nervosismo e desencanto.
A experiência terrestre, com as mutações de que se caracteriza, através de impactos incessantes, frequentemente, martela-te o pensamento ou destrambelha-te as forças. Ainda assim, é imperioso te refaças, dissolvendo todas as impressões negativas na fonte do entendimento.
Começa por não te permitires a mínima excursão nos domínios obscuros do pessimismo ou da intolerância.
Observa as ocorrências, por piores que sejam, cooperando em tua área de ação, tanto quanto possível, a benefício de todos os que te cercam e aceita as criaturas como são, sem exigir delas o figurino espiritual em que talhas o teu modo de ser. A diversidade estabelece a harmonia da natureza.
O cravo e a rosa são flores sem se confundirem. O Sol e a vela acesa são luzes com funções diferentes.
À vista de semelhantes realidades, nos dias de inquietação, não te irrites contra os outros e nem firas a outrem, de modo algum.
Muitas vezes, a aflição é o sinônimo de nossa própria intemperança mental, à frente de abençoadas lições da vida.
Faze, dessa forma, nas circunstâncias difíceis, o melhor que puderes sem o risco de perder a paz interior que te assegura o equilíbrio.
Sobretudo, saibamos entender para auxiliar.
Se alguém te impõe amargura ou desapontamento, oferece em troca simpatia e colaboração ao invés de vinagre ou reproche.
Se o empreendimento fracassa, reconsideremos o trabalho de novo com mais segurança.
Ajuda, e ajudar-te-ão. Dá e receberás. Garante a luz e a luz clareará o caminho.
Nada te prenda à perturbação, a fim de que possas te desvencilhar facilmente da treva, de modo a avançar e servir.
Por mais escura que seja a noite, o Sol tornará ao alvorecer. E por mais complicada ou sombria se nos faça a senda de provas, é preciso lembrar que para transpô-la, todos temos, invariavelmente, em nós e por nós, a luz inapagável de Deus.