Mãos Unidas

Capítulo XXXIX

Sentimento, ideia e ação



Adulterar significa tisnar, viciar, mentir…

E nenhuma falta dessa espécie é mais lamentável que aquela de nossa deserção diante das Leis de Deus.


Não podemos olvidar, por isso, que toda negação do bem começa em nosso íntimo, transformando-se, logo após, em ideia, para exteriorizar-se, em seguida, no campo da ação.

Desse modo, podemos atender à justa autocrítica, analisando as nossas tendências ocultas e retificando os próprios hábitos, compreendendo que os nossos sentimentos [contrários ao bem] fecundam, em nosso prejuízo, os resultados que nos caracterizam a marcha.


É assim que temos a preguiça sustentando a ignorância e a ignorância nutrindo a miséria…

A malícia gerando a crueldade e a crueldade formando o crime…

A suspeita criando a maledicência e a maledicência armando a calúnia…

A disciplina criando o trabalho e o trabalho presidindo o progresso…

A bondade plasmando a cooperação e a cooperação construindo a beneficência…

O amor inspirando a renúncia e a renúncia garantindo a felicidade…


Não te esqueças, dessa forma, de que em ti mesmo se levanta o cárcere de sofrimento a que te aprisionas ou se ergue o ninho de bênçãos em que te preparas à frente de glorioso porvir.

Não basta te convertas em censor de consciências alheias para que o reequilíbrio do mundo se faça, vitorioso. É indispensável a nossa própria defesa contra o assalto das trevas, consoante o ensinamento da Revelação Divina, que recomenda vigiarmos o coração por situar-se nele o manancial das forças de nossa vida. (Pv 4:23)