Qual acontece ao valor do grande esforço que é lastro fecundo na garantia da caridade, lembremo-nos dos pequeninos sacrifícios que podemos realizar, cada hora, contra os arrastamentos de nossa própria natureza inferior, trabalhando em auxílio dos portadores de necessidades maiores do que as nossas.
Muitos companheiros encarnados desistem da colaboração nas obras do bem, declarando-se imperfeitos e endividados, quando, nessa condição, mais valioso se nos faz o trabalho de formação da própria disciplina.
Antes do berço, porém, quando a necessidade de redenção ou de melhoria nos desvela ao Espírito sequioso de progresso o campo educativo que a experiência física nos oferta, solicitamos, com empenho, as situações que nos contrariem o modo de proceder e de ser, a fim de que o internato terrestre nos supra dos valores reais de que nos achamos carentes.
É por isso, que quase sempre na Terra, quando:
impulsivos e impacientes, somos constrangidos a exaltar a serenidade;
enfermos, surpreendemo-nos induzidos a amparar a saúde alheia;
fracos, sentimo-nos na obrigação de sustentar a fortaleza dos outros;
atormentados pelas nossas chagas íntimas de aflição ou desencanto, reconhecemo-nos intimados a nutrir a tranquilidade e a esperança naqueles que desfalecem;
e tentados, em muitas circunstâncias, à falência e à desordem, no imo de nossa casa, vemo-nos convocados a evitar o desequilíbrio e o desastre no instituto doméstico em que respiram corações queridos do nosso painel de ação.
Não desprezes auxiliar sempre, na construção do bem, ainda mesmo quando te sintas de todo ausente dele, porquanto ensinando o melhor aos outros, somos impelidos a procurar o melhor em favor de nós mesmos e, disciplinando a existência em torno de nossa estrada, acabamos fatalmente disciplinados por ela.