Quem guarda o bem por dever Afasta os males, porém, Jamais encontra prazer Em humilhar a ninguém. O homem, por mais se eleve, Seja culto como for, Nunca sabe quanto deve Ao benefício da dor. Diploma? Brilho? Talento? Observa em qualquer rua: Na escola do sofrimento Pouca gente se gradua. Quem tudo faz quanto anseia Não é feliz como pensas; Coração que se refreia Evita provas imensas. Eis a sentença que li Numa legenda remota: — Por não viver para si A Terra nunca se esgota. O homem que não trabalha Lembra peça de museu Sob o luxo de antiqualha Sem saber que já morreu. Quem delibera sair Do dever a executar, Vê quão fácil é partir, Como é difícil voltar!… Prazeres gerando trevas? A vida é uma grande escola; A cruz pesada que levas É a força que te controla. Eis dois modos de aprender O meio de sublimar: Primeiro, amar e sofrer, Depois, saber perdoar. Quem se humilha sabe achar A senda de elevação; O rio pousa no mar Por rebaixar-se no chão. |