Por fim, apreciando o texto das comunicações, diz, concluindo:
— Será uma interpretação digna de respeito. Quanto a mim, não podendo aceitar sem maior exame a certeza de um "pastiche", de uma paródia, tive, como crítico literário que há trinta anos estuda a mecânica dos estilos, a sensação instantânea de percorrer um manuscrito glorioso.
Eram em tudo os processos de Humberto de Campos, a sua amenidade, a sua vontade de parecer austero, o seu tom entre ligeiro e conselheiral. Alusões à Grécia e ao Egito, à Acrópole, a Tirésias, ao véu de Ísis muito ao agrado do autor dos "Carvalhos e Roseiras". Uma referência a Sainte-Beuve, crítico predileto de nós ambos, mestre de gosto e clareza que Humberto não se cansava de exaltar em suas palestras, que não me canso de exaltar em minhas palestras. Conjunto bem articulado. Uma crônica, em suma, que, dada a ler a qualquer leitor de mediana instrução, logo lhe arrancaria este comentário: "É Humberto puro!"
Fiquei naturalmente aturdido. . . Depois disso, muitos dias decorreram e não sei como elucidar o caso. Fenômeno nervoso? Intervenção extra-humana? Faltam-me estudos especializados para concluir. Além do mais, recebi educação católica e sou um entusiasta dos gênios e heróis que tanto prestígio asseguram à religião que produziu um Santo Antônio de Pádua e um Bossuet. Meu livro "São Francisco de Assis e a Poesia Cristã" aí se encontra, a testemunhar quanto venero a ética e a estética da Igreja. Mas — repito-o com a maior lealdade — a mensagem subscrita por Humberto de Campos profundamente me impressionou. . . "