Opinião espírita

Prefácio de Emmanuel



Asseverou o Cristo: Não vim destruir a lei, porém, cumpri-la. (Mt 5:17)

Isso, entretanto, não lhe tolheu a disposição de exumar o pensamento de Moisés e dos Profetas dos arquivos que o tempo lhe expôs à consideração, estruturando os princípios e plasmando os exemplos com que rearticulou estatutos e instruções.

O Espiritismo pela voz de Allan Kardec igualmente afirmou: Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução. ()

Isso, porém não impediu que o Codificador desentranhasse o ensinamento de Jesus e dos evangelistas das fórmulas que os séculos lhe submeteram a exame clareando as recomendações e definindo as normas, com que traçou a orientação espírita, desenvolvendo lições e constituindo diretrizes.

O Cristo não incomodou a quantos quisessem manter a própria vinculação ao judaísmo, sem contudo, adiar os ensinamentos do Evangelho.

Allan Kardec respeitou quantos se mostravam fiéis aos juízos teológicos do passado, mas não atrasou a mensagem renovadora do Espiritismo.


Oferecendo aos leitores amigos as páginas deste livro, esclarecemos portanto, que nós, os espíritas encarnados e desencarnados, acatamos cultos e preconceitos, conceituações e interpretações dos outros, venham de onde vierem, como não pode deixar de ser, mas, nisso ou naquilo, possuímos opinião própria que não podemos esquecer, nem desprezar.



Uberaba, 2 de Julho de 1963.



(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier)

Pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Emmanuel e André Luiz, abnegados benfeitores espirituais, formaram os capítulos deste volume, responsabilizando-se o primeiro pelas mensagens de números e o segundo pelas de números , mensagens essas que foram psicografadas por ambos os médiuns, em reuniões públicas. Cabe-nos salientar ainda que os autores espirituais subordinaram todos os estudos a questões relacionadas ao Pentateuco Kardequiano — Nota da Editora.




Prefácio de André Luiz



Quanto mais se agiganta a evolução na Terra, mais amplos se fazem os órgãos informativos.

Em todos os lugares, autoridades pesquisam, confrontam, observam, conjeturam, e no fundo, é sempre o esclarecimento que surge, através da síntese, auxiliando o homem a escolher caminhos e selecionar atitudes.

Serviços, ajustes, descobertas, fenômenos e técnicas, nos mais remotos setores do planeta, pela força do livro e da escola, da imprensa e do rádio, da televisão e do cinema, entram nas interpretações da propaganda, sugerindo preceitos ou traçando soluções.

Justa, dessa forma, a iniciativa de trazer a Doutrina Espírita à concorrência honesta das normas que as religiões e as filosofias apresentam às criaturas, no sentido de lhes facilitar a existência.

Os espíritas, em todos os quadrantes da atividade terrestre, podem e devem esculpir, sobretudo, nas próprias ações, o conceito espírita que lhes dirige as convicções.

Certo, não temos receitas de felicidade ilusória para dar e nem sabemos rebaixar o céu ao nível do chão, mas dispomos dos recursos precisos à construção da felicidade e do Céu, no reino interior pelo trabalho e pelo estudo, no autoaperfeiçoamento.

Aos que se mostrem decididos à realização espírita pelos testemunhos de Espiritismo realizado, convidamos à meditação no ensinamento libertador de Allan Kardec, sob a inspiração do Cristo, a fim de que possamos edificar a influência espírita, nos mecanismos do progresso e da cultura, não só para que o Espiritismo palpite, vibrante, no parque de opiniões da vida moderna, mas também para que as opiniões do Espiritismo sejam lidas em nós.



Uberaba, 2 de Julho de 1963.

(Página recebida pelo médium Waldo Vieira)