Opinião espírita

Capítulo XIX

O espírito do Espiritismo




Consciência individual — eis o oráculo do bom senso ante a justiça inseduzível de Deus.

Não nos satisfaça atender simplesmente aos nossos deveres, porém, que abracemos espontaneamente a obrigação de cumpri-los com êxito.

Não descreias de tua força interior.

Não te sintas incapaz, porque tanto estás habilitado a fazer o mal quanto o bem, lembrando que a chama da vela tanto pode estar aquecendo e iluminando, quanto incendiando e destruindo…

Sobre a ênfase das palavras cativantes, avança além dos lugares-comuns em torno da beneficência, praticando-a com a precisa fidelidade a ti mesmo.

As Leis do Criador, imutáveis desde o passado sem início até o futuro sem fim, prescrevem o clima do auxílio mútuo por ambiente ideal das almas em qualquer páramo do Universo.

Quem beneficia recebe o maior quinhão do benefício.

Todo supérfluo é retido nos laços do egoísmo ou da ignorância.

Reconheçamos que muita gente renasce de novo para passar a limpo a garatuja dos próprios atos.

Depende de cada um fazer das nuvens de provações, chuvas benfeitoras da vida ou raios destruidores de morte.

Não basta rogar sem os méritos do trabalho pessoal, porquanto ninguém transforma as mãos implorantes em gazuas para abrir as portas dos celeiros espirituais.

As lágrimas tanto conseguem exprimir orações quanto blasfêmias.

O silêncio na tarefa mais apagada surge sempre muito mais expressivo que o queixume na inutilidade brilhante.

O raciocínio descobre a vizinhança entre a fé e o entendimento e a distância entre a fé e o fanatismo.

Os homens não são fantoches do destino e sim construtores dele.

Arma-te de confiança e sai de ti mesmo, servindo às vidas em derredor.

O amor é o coração do Evangelho e o espírito do Espiritismo chama-se caridade.




(Psicografia de Waldo Vieira)