Opinião espírita

Capítulo XX

Mediunidade a desenvolver




Mediunidade a desenvolver: tema constante nas atividades espíritas.

Para explicar, no entanto, o que vem a ser isso, enfileiremos o mínimo de palavras, recorrendo aos esclarecimentos vivos do trabalho e do estudo.


Alguém chega à oficina, pedindo emprego.

Precisa garantir a subsistência.

Obtém lugar e acolhida.

Mas se espera, durante dias e dias, que os diretores da organização lhe arrebatem a cabeça e as mãos, movimentando-as à força, para o dever que lhe cabe, sem a menor iniciativa, seja no transporte de fardo humilde ou no manejo da escova para auxiliar na limpeza, acabará sempre sob as vistas dos orientadores da obra que encontrarão motivos para agradecer-lhe a presença e conferir-lhe substituto.

Isso porque ninguém entesoura competência, através de expectativa.


Alguém chega à escola, pedindo instrução.

Precisa desvencilhar-se da ignorância.

Obtém admissão e valimento.

Mas se espera, durante meses e meses, que os professores lhe arrebatem a cabeça e as mãos, movimentando-as à força para o dever que lhe cabe, sem a menor iniciativa, seja na pontualidade às lições ou na consulta espontânea a esse ou aquele volume, a fim de se esclarecer, em matéria determinada, acabará sempre sob as vistas dos examinadores de ensino, que lhe situarão as necessidades na estaca da repetência.

Isso porque ninguém entesoura cultura por osmose.


Desenvolvimento mediúnico é igualmente assim. Partindo da sinceridade do médium, todo aperfeiçoamento das forças espirituais deve apoiar-se no estudo que ilumina o campo da vida e no trabalho que se converte em lavoura do bem.

Raciocínio e sentimento em ação. Caridade e conhecimento.

Fora disso, estaremos reafirmando, invariavelmente, que possuímos mediunidade a desenvolver, e falamos certo, ao indicar semelhante realização para o futuro indeterminado, porque eficiência mediúnica é comparável à competência e à cultura que ninguém alcançará sem adquirir.




(Psicografia de Francisco C. Xavier)