Palavras do Infinito

Capítulo XII

Vozes da Morte



No mundo para vós ainda impreciso

Que a ciência da Terra não pondera,

Eu via a Morte, em forma de quimera,

Como um Anjo de Dor, vago e indeciso.


E murmurei: — “Ó Morte, eu bem quisera

Que me desses no Nada um paraíso!…

Porque, anjo da dor, se faz preciso

Da tua espada que nos dilacera?”


E ela disse: — “Sou a própria Vida Errante,

Que tudo envolve em luz resplandecente,

Vida renovadora e triunfante


Para que eu leve a alma à Glória Eleita

De ser pura e sublime, alva e perfeita,

É preciso lutar eternamente!”




(Soneto recebido em Pedro Leopoldo)