À segunda das perguntas acima, a relativa à cremação de cadáveres, o "guia" assim respondeu: "Geralmente, nas primeiras horas do "post-mortem", ainda se sente o espírito ligado aos elementos cadavéricos.
Laços fluídicos, imperceptíveis ao vosso poder visual, ainda, se conservam unindo a alma recém-liberta ao corpo exausto; esses elos impedem a decomposição imediata da matéria. E, por esta razão, na maioria dos casos o espírito pode experimentar os sofrimentos horríveis oriundos da cremação, a qual nunca deverá ser levada a efeito antes do prazo de cinquenta horas após o desenlace. A cremação imediata ao chamado instante da morte é, portanto, nociva e desumana.
As vezes, segundo a natureza das moléstias que precedem a desencarnação, existem ainda no cadáver inúmeros elementos de vida: daí nasce a possibilidade de, usando de recursos vários e reagentes, a ciência fazer um "morto" voltar à vida.
Emmanuel
– A impressão da alma no momento da morte varia com os estados de consciência dos indivíduos.
Para todas as criaturas, porém, manifesta-se nesses instantes a bondade divina. Os moribundos têm invariavelmente a assistência dos seus protetores, e amigos invisíveis que os auxiliam a se libertar das cadeias que os prendem à vida material. Entre os homens não existe a necessidade de alguém que auxilie os recém-nascidos a se desvencilharem do cordão umbilical?
As sensações penosas do corpo são mais ou menos acordes com a moléstia manifestada. Elas porém passam e nos primeiros tempos, no plano espiritual, vai a alma colher os frutos de suas boas ou más obras na superfície do mundo.
O adágio popular: ‘Tal vida, tal morte’ vai aí receber então a sua sanção plena.
Emmanuel
Pedro Leopoldo a 21 de junho de 1935)