Palavras do Infinito

Capítulo XIII

Nossos mortos



Os que se vão nas mágoas e na poeira

Dos caminhos da morte soterrados,

Levam consigo a imagem derradeira,

A visão dos seus mortos bem amados.


Mortos que aí ficaram, na canseira,

Nos trabalhos do mundo acorrentados,

Padecentes de dor e de cegueira

Nos maiores tormentos flagelados…


Aqueles que amei nunca os esqueço,

É por eles que sofro e que padeço

Numa longa saudade intraduzida;


Eu os espero na luz da Eternidade,

Mas, ó seres que eu amo, esta saudade

É o cinamomo em flor desta outra vida!…




(Soneto recebido em Pedro Leopoldo)