Longe do sentimento limitado Da matéria em seus átomos finitos, No limite de um mundo ignorado, Celebra a morte seus estranhos ritos.
Hinos e vozes, lágrimas e gritos Do Espírito, que outrora encarcerado Contempla a luz dos orbes infinitos Bendizendo a amargura do passado!
Ó morte, a tua espada luminosa, Formada de uma luz maravilhosa É invencível em todas as pelejas!. . .
És no universo estranha divindade;
Ó operária divina da verdade, Bendita sejas tu! Bendita sejas!. . .
Cruz e Souza
(Soneto recebido em Pedro Leopoldo a 21 de julho de 1935)
Uni-vos sob a paz, uni-vos sob a crença, Ó argonautas do ideal, arautos da esperança!. . .
Que se realize agora o sonho da bonança!. . .
Como os pães do Senhor que a fé se espalhe e vença.
Não temais combater, que o Mestre vos conduz Com o sol espiritual que envolve o mundo Sede na terra verde e augusta do cruzeiro Os soldados do amor, seareiros de Jesus!
Abílio Guerra Junqueiro
(Versos recebidos em Belo Horizonte a 21 de julho de 1935)