NADA…
Nada!… Filosofia rude e amara,
Na qual acreditei, com pena embora
De abandonar a Crença que esposara,
— A minha aspiração de cada hora.
Crença é o perfume dalma que se enflora
Com a luz divina, resplendente e rara
Da Fé, única Luz da única Aurora,
Que as trevas mais compactas aclara.
Revendo os dias tristes do Passado,
Vi que troquei a Fé pela Ironia,
Nos desvios e excessos da Razão;
Antes, porém, não fosse tão ousado,
Pois nem sempre a Razão profunda e fria
Alivia ou consola o Coração. |