Tudo na Terra subsiste por atos sucessivos e inevitáveis de fé.
O verme confia no Sol que ele não entende e fecunda o solo em que se refugia.
A gleba confia no verme que não pode realmente definir e habilita-se aos tesouros da sementeira.
O homem do campo aplica-se à lavoura, contando com os favores climatéricos que ainda não pode governar com segurança e o tempo lhe responde ao suor com a bênção dá colheita.
O artífice devota-se ao burilamento dos metais, confiando nas leis que lhes presidem a estrutura e, aproveitando os recursos da natureza que mal conhece, plasma em benefício da civilização, a utilidade e a obra-prima.
Todas as operações da existência humana, por mínimas se mostrem, baseiam-se em atitudes de fé, sem as quais, toda a vida sofreria perturbação.
O homem confia no estômago que não vê e alimenta-se, garantindo a si próprio a saúde e a robustez; confia no motor cuja capacidade não lhe é de todo perceptível e movimenta-se com êxito na solução de problemas imediatos; confia no laboratório que lhe fabrica o comprimido balsâmico e alivia a dor que lhe assalta o mundo físico.
Acima de tudo, para armar-se da experiência, confia em legisladores que, às vezes, nunca viu e desfruta a estabilidade social em decretos que jamais soletrou.
A pretexto de não conseguires superar, de improviso, as barreiras vibratórias que, por enquanto, te separam o entendimento das realidades imarcescíveis da alma, não te admitas sem fé na Providência Divina.
Qual acontece ao lavrador que planta e colhe em benefício de todos, cultiva o bem onde estiveres e como puderes, hoje e sempre, com segura fé na Justiça Indefectível, porque das sementes felizes ou infelizes que a criatura estiver lançando ao campo da vida, dessas mesmas sementes nascerá o fruto doce ou amargo que ela própria colherá.