Refúgio

Capítulo III

Em serviço



Na extensão do Cristianismo Evangélico, as tarefas, em verdade, são a cópia das atividades na lavoura do bom grão. (Mc 4:26)

Há quem prepare o solo, quem dirija o arado, quem proteja os animais, quem lance a sementeira.

Agora, alguém cuida de amparar a germinação.

Em seguida, outros combatem a erva daninha e os insetos malignos.

Depois, outros agem, para que as flores apareçam felizes.

Mais tarde, mãos diversas colhem os frutos, enquanto braços diligentes atendem ao celeiro, a fim de que outros, ainda, possam cozer a sopa e oferecê-la ao faminto.


Nas obras da fé puramente cristã, há lugar para colaboradores de todas as procedências. (1co 12:1)

Há quem alfabetize, quem doutrine, quem eduque, quem administre, quem obedeça, quem movimente, quem proteja a infância, quem abrigue a velhice, quem socorra o corpo enfermo e quem reconforte o coração desesperado.

O essencial, em nossas tarefas de renovação, é trabalhar, fazer, auxiliar e produzir para o bem, fugindo à posição de espectadores indolentes.

Quem renuncia com o Cristo, em qualquer situação da vida, não se subtrai ao quadro da luta em que se lhe atormentam as fibras mais íntimas da alma e sim continua a servir, com amor, doando a si mesmo pela felicidade daqueles que as circunstâncias — expressando a Divina 5ontade — lhe situaram em caminho.

Renunciar, portanto, não é abandonar. É servir com mais fervor e mais devotamento.

Quando o Mestre renunciou à própria defesa na cruz, não desprezou a Humanidade, de vez que, decorridas algumas horas, achava-se de novo, entre os companheiros para consolidar o serviço de socorro eficiente às criaturas.

Busquemos trabalhar, auxiliando para o bem, através de qualquer ângulo da luta humana, onde estejamos colocados e aprenderemos, indubitavelmente, a arte de renunciar como Jesus renunciou.