Refúgio

Capítulo VI

Transformação



Suspirando pelo domínio do espaço embriaga-se o homem, prelibando a contemplação dos reinos multifários da natureza cósmica, e, muitas vezes, fascinado pelas grandes promessas religiosas, antecipa-se ao julgamento da Humanidade, mentalizando cataclismos de variada expressão, com os quais cessaria a Divina Providência de reformar-nos a oportunidade de trabalho e progresso, burilamento e purificação sobre a Terra.

Entretanto, lembra-te de que para os milhares de consciências que hoje partiram ao encontro da grande renovação pelos braços da morte, todo o painel da existência sofreu modificação visceral e profunda

Há revelações e surpresas todos os dias para quantos se veem inelutavelmente chamados à definitiva transformação

E, cada viajor constrangido à alteração dessa espécie, caminha segundo as suas próprias afinidades e preferências para a esfera que lhe corresponde aos desejos.

Não olvides que além da carne, em cuja protetora vestimenta agora estagias, outros círculos (Jo 14:2) aguardam-te o cérebro e o coração.

Qual ocorre na experiência terrestre, em que diversos setores de atividade se entrosam no espaço de que dispomos, além do túmulo, os delinquentes fazem a flagelação da penitenciária infeliz, os viciados constroem o cortiço da treva adequado à loucura em que respiram, os trabalhadores fiéis ao bem sustentam a oficina da caridade e os devotos da fé prosseguem construindo o túnel de esperança entre a dúvida humana e a certeza Divina.

Não vale, desse modo, desertar do amor para o êxtase inútil, na previsão ociosa de paisagens e acontecimentos que surgirão, compulsórios, para quem se liberta [pela própria sublimação,] e sim a educação constante de nossas próprias almas no estudo infatigável e no amor sem limites, porque o mundo que em verdade nos alçará ao Céu Pleno será o mundo de nós mesmos, quando puro e sem sombra, conseguir retratar a Grandeza Celeste.




O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], consta de uma mensagem publicada originalmente em 1971 pela editora GEEM e é a 12ª lição do livro “”.