Religião dos espíritos

Capítulo LXXXVI

Dominar e falar



Reunião pública de 4 de Dezembro de 1959

de “O Livro dos Espíritos”


Dominas o fogo, escravizando-o à lide caseira.

Burilas a pedra, arrancando-lhe obras-primas.

Conquistas os metais, neles plasmando complicadas expressões de serviço.

Amansas os animais ferozes, deles fazendo cooperadores na economia doméstica.

Disciplinas o vapor e o combustível, anulando as distâncias.

Diriges tratores pesados, transfigurando a face da gleba.

Submetes a eletricidade, e glorificas a civilização.

Retiras o veneno de serpentes temíveis, fabricando remédios.

Senhoreias a energia nuclear e começas a alterar, com ela, a fisionomia do mundo.

Controlas a velocidade, e inicias vigorosa excursão, para além do Planeta.


Entretanto, ai de nós! Todos trazemos leve músculo selvagem, muito distante da educação. (Tg 3:5)

Com ele, forjamos guerras.

Libertamos instintos inferiores.

Destruímos lares.

Empestamos vidas alheias.

Envilecemos o caminho dos outros.

Corrompemos o próximo.

Revolvemos o lixo moral da Terra.

Veiculamos o pessimismo.

Criamos infinitos problemas.

Injuriamos.

Criticamos.

Caluniamos.

Deprimimos.


Esse órgão minúsculo é a língua — lâmina pequenina, embainhada na boca.

Instrumento sublime, feito para louvar e instruir, ajudar e incentivar o bem, quantas vezes nos valemos dela para censurar e vergastar, perturbar e ferir!…

Governemo-la, pois, transformando-a em leme de paz e amor, no barco de nossas vidas!

E, alicerçados nas lições do Evangelho, roguemos a Deus nos inspire sempre a dizer isso ou aquilo como o próprio Jesus desejaria ter dito.