Reunião pública de 5 de Dezembro de 1960
de “O Livro dos Médiuns”
Diante das obrigações naturais que a mediunidade impõe em sua prática, muitos companheiros trazem à baila desculpas diversas que lhes justifiquem a fuga, embora demonstrem vivo interesse na aquisição de poderes psíquicos.
Afirmam que a tarefa exige muito trabalho; entretanto, ninguém consegue cultivar viçoso canteiro de couves sem dispensar-lhe assistência contínua.
Alegam que o assunto é quase sempre tumultuado por muitas criaturas ignorantes, esquecendo-se de que eles mesmos, sem os benefícios da escola, estariam compulsoriamente entre elas.
Asseveram que a realização reclama longo tempo; contudo, a obtenção de um título especial, em qualquer profissão, solicita a experiência de anos a fio.
Queixam-se de que o serviço atrai o sarcasmo de muita gente, mas se o homem foge de semear, porque a lama da gleba lhe macule superficialmente os braços, ninguém lavraria a terra.
Clamam que a obra grava pesados tributos em disciplina; no entanto, apagado trapezista, para impressionar favoravelmente num parque de diversões, é compelido a ginástica e exercícios incessantes.
Dizem que o mandato pede excessiva renúncia; no entanto, sem o sacrifício dos operários do progresso, as máquinas poderosas, que assinalam a civilização da atualidade, não existiriam no mundo.
Não admitas possa haver construção útil sem estudo e atividade, atenção e suor.
O diamante é habitualmente retirado de terreno agressivo.
Humilde folha de alface, para servir anônima, cresce fazendo força.
Mediunidade na lavoura do espírito é igual a planta nobre na lavoura comum.
Deus dá a semente, mas, para que a semente produza, não prescinde do esforço de nossas mãos.