Reunião pública de 8 de Agosto de 1960
de “O Livro dos Médiuns”
Se pesquisas praticamente o futuro, contempla a faixa de terra que o abandono confiou à secura.
Se não lhe estendes braços amigos, podes perfeitamente vaticinar-lhe o amanhã, porque o amanhã, para todo solo relegado ao desleixo, será sempre desolação.
Mas se lhe buscas a água viva no próprio seio, removendo areia e detrito, ninguém consegue prever a excelência do oásis que se erguerá do deserto.
Em verdade, toda gente avalia, com segurança, o futuro do mal, quando o mal é conservado; entretanto, pessoa alguma conseguirá predizer toda a glória do bem, quando o bem aparece.
Transplantemos a imagem para o campo da vida.
Se cultivas a intolerância, não precisas perguntar quanto à colheita de aversões que obterás fatalmente.
Se estimas o abuso, não precisas recorrer aos decifradores da sorte para conhecer o desequilíbrio a que te projetas.
Se foges ao dever que te cabe, não precisas inquirir adivinhadores para saber quanto doem as consequências da deserção.
Se contrais uma dívida, não precisas ouvir revelações de outro mundo para reconhecer a obrigação de pagar.
É possível tenhas contigo largo acervo de problemas trazidos do passado, no que se refere a moléstias e tentações, compromissos e provas, entre dificuldades da vida e lutas da parentela, porque aquilo que é agora representa aquilo que tem sido justamente até hoje.
Não te percas, porém, a formular consultas quanto ao que possa haver nas telas do porvir, porquanto, se quiseres renovar-te no bem, alimentando o bem, todo o mal que te aflige será bem, amanhã.