Reunião pública de 25 de Novembro de 1960
de “O Livro dos Médiuns”
Na trilha humana, é indispensável consideres os problemas dos outros.
Há quem deseje seguir no ritmo de teus modos; contudo, tem os pés claudicantes.
Amigos vários tentam escutar determinada peça musical com a tua acuidade auditiva, mas carregam com eles os tímpanos semimortos.
Companheiros diversos quereriam ver a Terra com a precisão de teus olhos; no entanto, sofrem deficiências da miopia.
Esse pretende comer de teu prato suculento; entretanto, guarda o estômago doente, pedindo canja leve.
Outro aspira a partilhar-te o labor manual; todavia, mostra o braça hemiplégico, envolvido em tipoia.
Aquele outro procura recordar com a segurança de tuas reminiscências; contudo, traz o cérebro dominado pela amnésia.
Assim também, na caminhada espiritual, surpreenderás criaturas irmãs que não podem comungar-te, de pronto, a faixa de experiência.
Estimariam sentir como sentes e raciocinar como raciocinas; no entanto, respiram ainda nos começos difíceis ou nas provas regenerativas da inibição.
Tanto quanto não podes exigir passo firme a pernas enfermas, nem pensamento certo a cabeça louca, não deves esperar que o próximo te abrace a convicção ou te adote o ponto de vista.
Cada pessoa vê a paisagem da condição em que se coloca.
Conflito acalentado gera conflitos novos. Discórdia mantida é processo de crueldade.
Indubitavelmente, a Doutrina Espírita, com a bênção de Jesus, não te pede aplaudir a ilusão dos outros, mas, em toda parte, é apelo vivo das Esferas Mais Altas a que aprendamos e trabalhemos, instruindo e servindo, para que a verdade, dosada em amor, se faça luz que auxilie os outros, desfazendo a ilusão.