Viajor

Capítulo XVII

Domicílios espirituais



Há muitas moradas na casa de Nosso Pai — assevera-nos o Senhor nas bênçãos da Boa Nova. (Jo 14:2)

Entretanto, viverás naquela que houveres erguido em ti mesmo, segundo o ensinamento do próprio Mestre, que manda conferir a cada um de acordo com as próprias obras. (Mt 16:27)

Observa [pois] como te situas no campo do mundo, compreendendo que o [teu] sentimento é a força a impelir-te para os Círculos superiores ou para as Esferas inferiores, onde tecerás o próprio ninho.

Não te valhas, [assim], da palavra para menosprezar as tarefas dos irmãos de experiência, nem para reprovar as aflições que vergastam a Terra.

Não te aproveites do conhecimento para condenar ou para destruir e nem procures nas mãos do Cristo o martelo com que derribes, desapiedado, os domicílios alheios.

Não exibas a virtude, nos gestos exteriores, porque a lâmina da incompreensão pode ferir-te quando suponhas talar as flores de imaginária vitória e nem desejes a frente avançada no trabalho da elevação, com o desprestígio e a derrocada dos outros, porque, é possível o teu apressado recuo para retificar decisões.

Lembremo-nos de que não há Céu para quem não edificou o paraíso em si próprio e aprendamos, sobretudo, a sentir com o amor a fim de que o amor em nós se faça luz para a extinção das trevas.

[Os perversos moram nos fojos do crime e os crininosos esbarram sempre nas furnas de tardio arrependimento.]

Aqueles que abusam dos recursos divinos que o Senhor lhes empresta estagiam nos desvãos do desequilíbrio, [e os desequilibrados] detendo-se por fim, nos redutos da enfermidade.

Os desertores da luz jazem domiciliados nas sombras e os habitantes das sombras demoram-se em lamentável cegueira de espírito.

As almas cristalizadas na crueldade estacionam nas enxovias do orgulho e do egoísmo e os devotos do egoísmo e do orgulho acabam despertando nos espinheirais do desengano.

Observa, [desse modo, a natureza de] teu campo íntimo e acautela-te [para o futuro], porque, sem dúvida, há inúmeras moradas no Universo Infinito, mas viverás na condição de senhor ou de escravo, no templo do bem ou no cárcere do mal que tiveres escolhido para a própria residência nos caminhos da vida [eterna].




Essa mensagem, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes] foi publicada em fevereiro de 1957 pela no Reformador e é também a 142ª lição do 4º volume do livro “”