Viajor

Capítulo V

Iluminemos o corarão



Guardemos o coração na luz do bem, para que nossa alma diariamente, possa banhar-se nas águas vivas da grande compreensão.

Somente assim nossos olhos aprenderão a ver ignorância onde presumimos encontrar a delinquência e apenas desse modo, nossos ouvidos registrarão a dor e o infortúnio, onde costumamos assinalar a intemperança e a revolta.

Não basta observar as telas do mundo, na conceituação habitual da experiência terrestre, porque o raciocínio, quase sempre, mora na faixa estreita do cálculo que se atrela ao egoísmo para entregar-se ao jogo pernicioso das vantagens imediatas e nem vale criticar com a inteligência, porquanto, muitas vezes, a apreciação que nos é própria resulta de enganosa exigência do nosso modo de ser.

É preciso mergulhar o sentimento nas desventuras e necessidades alheias com a elevação do amor que não apenas situa o defeito, mas acima de tudo busca extirpá-lo em silêncio, à força de espontânea bondade e justa cooperação.

Busquemos preservar o templo íntimo contra todas as formas de condenação e de crueldade, procurando, em toda parte, a nossa quota de serviço na exaltação do bem que esposamos e, socorrendo as vítimas do mal sem nos prendermos à sombra, aprenderemos com Jesus a retirar a cegueira dos cegos, a enfermidade dos enfermos, a obsessão dos obsessos, a tristeza dos tristes, a fraqueza dos fracos, a desesperação dos desesperados e a derrota dos que se sentem vencidos, restituindo os nossos companheiros à sanidade espiritual e conservando toda a nossa existência erguida ao amor que tudo aprimora, de vez que é do coração que partem as fontes da vida. (Pv 4:23)