Revisando a parábola do samaritano, (Lc
os que não contavam com as tempestades de renovação da atual idade e se marginalizaram em desequilíbrio;
os que forjaram algemas para o amor transformando-o, logo após, no fogo passional em que se atiraram na delinquência;
os que desertaram do trabalho e tombaram em penúria;
os que converteram a inteligência em antena das trevas e se horizontalizaram, por dentro de si mesmos, nas depressões da culpa;
os que abusaram da misericórdia dos medicamentos pacificadores e, tentando fugir das próprias responsabilidades, se precipitaram em despenhadeiros de alucinação e loucura;
os que perderam a fé em meio das experiências necessárias à evolução e estiram-se no desânimo, à beira do suicídio;
os que não suportaram a transformação dos seres amados e se acomodaram, revoltados, sobre pedras da angústia;
e aqueles outros que tateiam a lousa, nos parques da saudade, perguntando pelos entes queridos que a morte lhes arredou da convivência, a carregarem o coração encharcado de lágrimas.
À frente de quantos surpreendas na estrada, caídos em sofrimento, interrompe-te para compreender e servir.
Determina a caridade nos situemos no lugar daqueles que necessitam de amparo, doando-lhes o melhor de nós, com a certeza de que provavelmente amanhã serão eles, os socorridos de agora, nossos próprios benfeitores.
Entre os companheiros de Humanidade que conhecem o campo de trabalho e passam, de longe, com receio de serem incomodados, e aqueles que foram espoliados na coragem de caminhar e na alegria de viver, recordemos o samaritano que se deteve na marcha dos próprios interesses e auxiliou espontaneamente ao próximo sem nada perguntar e, conforme a lição do Cristo, façamos nós o mesmo.