alvorada do reino

Capítulo V

Na representação cristã



Se aceitaste o Evangelho, por abençoado roteiro de aperfeiçoamento, não te esqueças da representação que nos cabe em toda parte.

A fé nos confere consolação, mas nos reveste de responsabilidade, a que não podemos fugir.

Somos embaixadores de Jesus onde estivermos, se a luz d’Ele é o clarão que nos descortina o futuro.

Não te esqueças de semelhante realidade para que a tua experiência religiosa não se [te] reduza à simples adoração improdutiva.

A estrada permanece descerrada a nós todos.

Cada dia é nova revelação para que exerçamos a sublime investidura.

Se o Senhor desceu até nós, partilhando-nos a senda obscura e viciosa, a fim de que nos levantássemos, aprendamos também a representá-Lo nas regiões inferiores à nossa posição no conhecimento.

Onde fores defrontado pela calúnia, sê a palavra amiga do esclarecimento benéfico.

Se o mal te visita, improvisa o bem, com a tua capacidade de ajuizar as situações, de planos mais altos.

Se a tristeza e o desânimo te procuram, acende a lanterna da coragem e resiste ao sopro frio do desalento, prosseguindo no trabalho que a vida te confiou.

Se a infantilidade te busca, não a abandones, porque o cristão sincero é o bom educador que tudo aperfeiçoa para a vitória do Infinito Bem.

Se a leviandade vem ao teu encontro, auxilia o companheiro de jornada, orientando-lhe o pensamento para o justo equilíbrio em que a nossa fé se inspira e vive sempre.

Se a treva tenta envolver-te, faze a claridade do otimismo, com as bênçãos do amor que auxiliam em todos os instantes.


Mas, se o embaixador humano é obrigado a longo curso de compreensão e tolerância, na ciência do tato e da gentileza, para não falhar em seus compromissos, não creias que o emissário do Cristo deva agir sem os princípios da serenidade e do bom ânimo.

Colaboremos e auxiliemos, sem alardear notas de superioridade perturbadora.

Quanto mais clara a nossa luz, mais alta a nossa dívida para com as sombras.

Quanto mais sublime as nossas noções do bem, mais imperiosos os nossos deveres de socorro às vítimas do mal.

O mensageiro do Cristo é o braço do Evangelho.

Se nos propormos ao serviço do Divino Mestre, descortinemos a Ele o nosso coração, a fim de que os seus desígnios imperem sobre o nosso roteiro e para que a nossa vida seja uma luz brilhante para quantos caminham conosco, sob o nevoeiro do mundo.




O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1978 pela editora IDEAL e é a 19ª lição do livro: “”.