Amigo

Capítulo XI

Calma e fé



Realmente, não te será possível deter as vítimas da precipitação.

Aqui, é alguém que clama intempestivamente por dias melhores, sem despender qualquer esforço para alicerçá-los.

Ali, é o amigo que desiste da tolerância e se desequilibra no espinheiral da irritação.

Mais adiante, é o doente exigindo a própria cura em poucas horas, depois de organizar campo adequado para a longa enfermidade que o aflige.

Com todos esses casos rentearás, inclusive talvez, através de familiares queridos que se mostrem incursos nesses quadros de intemperança mental, a se expressarem por estranhas perturbações.

Lembrar-te-ás, porém, de que a ansiedade negativa, só por si, nunca serviu a ninguém.

A aflição inútil quase sempre apenas mentaliza alucinações suscetíveis de piorar quaisquer problemas, já de si mesmos graves e complicados.

Observa os padrões da Natureza.

A árvore não frutesce sem habilitar-se no tempo para isso.

Por mais vocifere um homem reclamando a luz solar direta num hemisfério em que o relógio aponta a meia-noite, reconhecer-se-á obrigado a esperar pelo amanhecer.

A lâmpada para fazer-se clarão deve ajustar-se à voltagem a que se vincula.

E uma criança, por mais prodígios de inteligência dos quais dê testemunho, somente abraçará determinadas responsabilidades quando o tempo lhe acrescente madureza ao raciocínio.

Nas provas com que te defrontes, conserva a serenidade da paciência para que te sobreponhas aos impactos inevitáveis do sofrimento que, na Terra, comparece no caminho de todos.

Age e constrói, abençoa e auxilia sempre para o bem, mas não te esqueças de que se não consegues estabelecer a harmonia e a segurança no íntimo dos outros, podes claramente guardar a calma e a fé no próprio coração.