Emmanuel
Talvez tenhas alcançado a crise das grandes perdas que se nos marcaram no mundo como sendo instantes inolvidáveis de dor.
Assumiste compromissos, de cuja execução companheiros queridos desertaram. . .
Esposaste deveres de partilha com alguém que te haverá deixado a sós. . .
Abraçaste empresas de elevação e progresso e te viste com os braços despojados de todos os recursos, no justo momento em que mais necessitavas de proteção. . .
Arquitetaste os melhores planos na causa do bem e, quando a concretização deles seguia avançada, eis que te reconheceste de espírito desentendido, na transitória convicção de que o mal te batia em triunfo. . .
Alimentaste altos projetos, quanto ao futuro de seres queridos que tomaram rumo claramente contrário às tuas expectativas. . .
Provavelmente experimentaste a perda de criaturas amadas que a morte física furtou à convivência, impondo-te o amargo da solidão. . .
Nessas horas de incertezas e lágrimas, quando tudo de melhor te pareça perdido; quando as vagas do sofrimento te houverem sacudido o barco da existência, através das tempestades de angústia; quando a saudade te envolve em nuvens de tristeza; ou quando a incompreensão te marginalize em tribulações difíceis de suportar; não te entregues ao desânimo, nem te refugies no desespero. . .
Em quaisquer circunstâncias, nas quais te vejas de coração sozinho, ou empobrecido de forças, contempla a imensidade dos céus, ergue a fronte, enxuga o pranto e caminha para diante, conservando bom ânimo e esperança, porque ainda mesmo quando suponhas haver perdido tudo o que possuías de valioso na Terra, trazes contigo o tesouro máximo da vida, que nenhuma ocorrência do mundo te pode arrancar, porque tens Deus.