Guardemos cuidado para com a importância dos males aparentemente pequeninos.
Não é o aguaceiro que arrasa a árvore benemérita.
É a praga quase imperceptível que se lhe oculta no cerne.
Não é a selvageria da mata que dificulta mais intensamente o avanço do pioneiro.
É a pedra no calçado ou o calo no pé.
Não é a cerração que desorienta o viajor, ante as veredas que se bifurcam.
É a falta da bússola.
Não é a mordedura do réptil que extermina a existência de um homem.
É a diminuta dose de veneno que ele segrega.
Assim, na vida comum, na maioria das circunstâncias não são as grandes provações que aniquilam a criatura e sim os males supostamente pequeninos, dos quais, muita vez, ela própria escarnece, a se expressarem por ódio, angústia, medo e cólera, que se lhe instalam, sorrateiramente, por dentro do coração.