Jesus e o Evangelho (Série Psicologica Joanna de Ângelis Livro 11)

Pedir e conseguir - Ev. Cap. XXVII - Item 7

Pedir e conseguir - Ev. Cap. XXVII - Item 7



Seja o que for que pedirdes na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes.


Marcos 11:24

A existência física é todo um processo biológico de permutas vibratórias que sustentam a maquinaria regida pela consciência, departamento de segurança que se exterioriza do Self. Nele residem todas as faculdades delineadoras da realidade física nos seus múltiplos departamentos.

Vinculado à Causalidade Absoluta de que procede o Espírito, há um ininterrupto intercâmbio de forças que o vitalizam no seu processo de ascensão infinita.

Não raro, mergulhado na sombra densa que procede do desconhecimento da sua legitimidade, distancia-se da sua origem pelo instinto que nele predomina, mergulhando em perturbação que o abate ou o alucina, desviando-o do rumo ao qual se sente atraído por peculiar magnetismo. Sucede que as heranças do primarismo, ainda governando a sua natureza animal, conduzem-no pela senda do prazer sensorial, sem que se dê conta das superiores emoções que o elevam e o liberam das paixões primitivas.

Confundido nos diferentes sentimentos que se mesclam no mundo íntimo, deixa que os conteúdos psicológicos do animus como da anima confundam-no no arcabouço da polaridade em que se situa, buscando as insaciáveis satisfações do sexo em desalinho entre torvas permutas que mais o inquietam.

As heranças culturais, sociais e morais que lhe dormem no ser encontram dificuldade de expandir-se em razão das preferências do desejo pelo prazer e pelo poder, atirando-o para abismos emocionais que o enlanguescem ou que o galvanizam. Jesus, o Homem por excelência, conhecia essa ocorrência da natureza humana e entendia os conflitos de todos aqueles que O buscavam apresentando sofrimentos que mascaravam a realidade profunda, sem que se dessem conta das necessidades legítimas em razão das aparentes dificuldades que enfrentavam.

Por isso, não cessava de recomendar que se operasse nos enfermos desejosos de saúde a renovação interior, a mudança de conduta mental e moral, a fim de que no cerne de si mesmos se concretizasse o bem-estar, sempre susceptível de alteração pela própria fatalidade da vida celular e da inevitabilidade do fenômeno da morte.

Porque nem sempre as criaturas soubessem como manter a vinculação com as Fontes da Vida, sugeriu a oração, que se constitui numa ponte vibratória de fácil construção por todo aquele que deseje realmente a vitória sobre os sofrimentos e anelem pelo bem-estar pleno.

A oração é emanação do pensamento bem-direcionado e rico de conteúdos vibratórios que se expande até sincronizar com as ondas equivalentes, assim estabelecendo o intercâmbio entre a criatura e o Criador.

Não apenas dilui as energias deletérias como renova as forças morais do ser, saturando-o com vibrações superiores e de qualidade poderosa, que alteram as paisagens mentais, emocionais e orgânicas, por sutis processos de modificação do campo em que o mesmo se encontra.

Certamente não modifica as Leis estabelecidas; no entanto, contribui com vigor e inspiração para que sejam entendidas e aceitas em clima de superior alegria e coragem.

Também proporciona o descortino da realidade existencial e dos seus elevados significados psicológicos, que têm caráter educativo, preparando cada criatura para a perfeita identificação com o Si mediante a superação do ego.

Todo e qualquer pedido feito através da prece é conseguido, porque o ato de orar já constitui uma expressão de humildade perante a Vida e um despertar da consciência para a compreensão dos objetivos a que se deve entregar. E certo que se não refere o Apóstolo à doação gratuita por parte da Divindade de tudo aquilo que a insensatez busque, em astuciosa conduta de ludibriar os Códigos Soberanos. Sendo o ser humano responsável pelos seus atos, enfrenta-os sempre como efeitos que o esperam pelo caminho por onde segue.

Sustentando-se na oração, melhor direcionamento encontra para os passos, mais segurança adquire para vencer os obstáculos, mais resistência consegue para superar-se, equipando-se de alegria e de vigor para não desanimar.

A prece faculta uma imediata mudança de comportamento, em razão das energias que a constituem, acalmando interiormente e predispondo à luta de autocrescimento. Quando alguém resolve pedir, liberta-se dos grilhões do orgulho e abre-se, receptivo ao auxílio, tornando-se maleável à renovação, à conquista de outros valores de que necessita.

Não tendo a Psicologia um imediato compromisso com a Metafísica, percebe-se que esse fenômeno é eminentemente emocional, estruturado em novos sentimentos de aceitação dos limites e aspiração de infinito.

Jesus o sabia, e estimulava todos os homens a se esforçarem para conseguir o Reino dos Céus dentro de si mesmos. . .

Reflexionando com serenidade, sempre encontramos o Homem de Nazaré despido de qualquer tipo de superdivindade transcendente ou de qualquer endeusamento. Toda a evolução cristológica na atualidade da Psicologia Profunda e na visão espírita apresenta Jesus em contínuo crescimento para Deus, convidando os seres humanos para seguirem pelo mesmo rumo através d'Ele como Mentor que é, indiscutivelmente.

Ele próprio buscava a oração como recurso eficaz para estar vinculado ao Pai, mantendo o intercâmbio pela inspiração e coragem de que sempre esteve revestido durante o ministério a que Se entregou, inclusive doando a própria vida.

Desse modo, ensinou que a oração tudo pode, pelo que realiza no interior do ser, alterando a sua capacidade de entender a vida e os acontecimentos diários.

Orando, o ser desperta e reflexiona, assiste-se emocionalmente e compreende a necessidade de ajudar o seu próximo, aquele que está mais perto, todo e qualquer indivíduo que se lhe acerque, particularmente quantos lhe constituem a consanguinidade.

Jesus, em razão da complexidade da Sua natureza emocional, facilmente encontrava o Pai através da oração e n'Ele hauria forças para os enfrentamentos com a sombra coletiva que pairava soberana entre os seus contemporâneos. E comum encontrar-se aqueles que se recusam à oração, constituindo o grupo psicológico do não, escondendo a debilidade emocional em tênue véu de resistência sob o subterfúgio de que a prece não altera o que se encontra estabelecido, que deve ser suportado, resgatado. Nesse fatalismo, a fraqueza de quem assim se justifica é evidente, porque interiormente fica triste pela falta de decisão de reconhecer-se necessitado e tornar-se simples e humilde, qual o filho pródigo de retorno, que embora sabendo não possuir qualquer merecimento, requereu ao carinho paterno a ajuda indispensável para recomeçar. E naturalmente conseguiu o socorro de que necessitava, sendo recebido com bondade e júbilo, porque há sempre mais alegria quando se encontra uma ovelha perdida, e além disso, são os enfermos que necessitam de médicos.

O orgulho, filho dileto do egoísmo, é síndrome de fraqueza moral, que necessita ser combatido com a renovação emocional e o autodescobrimento, mediante os quais o enriquecimento de valores se dá naturalmente e se consegue a força para vencer o patamar inferior em que se estagia.

A oração, desse modo, constitui um revigorante mecanismo de equilíbrio psicológico e moral, facultando visão correta dos significados existenciais e das oportunidades que a reencarnação faculta a quem anela pela felicidade despida de atavios enganosos e embriagadores.

Por seu intermédio, a inspiração abre as comportas do superconsciente e enseja entendimento de tudo quanto estava mergulhado em trevas, tornando-se instrumento de dor e de desequilíbrio. Torna-se necessário por esse intermédio encontrar o numinoso que se exteriorizava de Jesus e que mimetizava todos quantos se Lhe acercassem com sinceridade e anseio de paz.

A prece faculta esse recurso, exigindo, porém, a entrega, porquanto muitos homens e mulheres foram tocados por aquele numinoso que d'Ele se irradiava, mas se negaram a segui-lo porque a sombra não lhes permitiu a claridade interior, aquela que erradica todo o mal e proporciona a liberdade real. Quando o desespero de qualquer forma circunde a casa mental e o departamento emocional da criatura, cabe-lhe, na dificuldade de discernimento ou de dor em que se encontre abrirse à prece e pedir amparo a Deus, tocando-se de luz, porquanto tudo obterá e concedido lhe será o que pedir.

Joanna de Ângelis, que realiza uma experiência educativa e evangélica de altíssimo valor, tem sido, nas suas diversas reencarnações, colaboradora de Jesus: a última ocorrida em Salvador (1761 - 1822), como Sóror Joana Angélica de Jesus, tornando-se Mártir da Independência do Brasil; na penúltima, vivida no México (1651 - 1695), como Sóro Juana 1nésde la Cruz, foi a maior poetisa da língua hispânica.

Vivera na época de São Francisco (século XIII), conforme se apresentou a Divaldo Franco, em Assis.

Também vivera no século I, como Joana de Cusa, piedosa mulher citada no Evangelho, que foi queimada viva ao lado do filho e de cristãos outros no Coliseu de Roma.

Até o momento, por intermédio da psicografia de Divaldo Franco, é autora de mais de 60 obras, 31 das quais traduzidas para oito idiomas e cinco transcritas em Braille. Além dessas obras, já escreveu milhares de belíssimas mensagens.