CHICO — Hebe, a sua bondade é imensa; eu devo dizer que não me sinto na condição de alguém que fez ou faz o bem, mas, durante toda a minha vida, procurei sempre cumprir com o meu dever diante da comunidade e diante da minha própria consciência.
Então, tenho, graças a Deus, muita tranquilidade em minha vida interior.
CHICO — Os Espíritos amigos sempre me explicam que as transformações da Terra, desde o tempo de Jesus, são gradativas.
Essas transformações ainda não se complementaram, porque o mundo precisava estabelecer para a sua própria felicidade muitas renovações que eram difíceis e a lei de Deus não permite violência. Então, essas transformações vêm sendo efetuadas de tempos a tempos, de época para época.
Essas transformações que nós vemos, toda melhoria espiritual da Humanidade, decorrem do tempo de Jesus para cá: os hospitais, as penitenciárias, os processos de trabalho, o relacionamento das pessoas umas com as outras, a felicidade na vida doméstica.
Todas essas transformações nós devemos a Jesus, conquanto, muitas vezes, quando estamos nos ápices da inteligência, nós não queiramos reconhecer. Mas as transformações do tempo de Jesus até nós são imensas, mas exigiriam muito tempo para serem minudenciadas.
CHICO — Você é sempre maravilhosa, porque a sua bondade transparece de todas as suas palavras. Eu não posso ter a presunção de um laço tão íntimo assim com Nosso Senhor Jesus-Cristo; eu tenho a fé que o cristão procura e deve cultivar naquele que realmente é a luz dos nossos caminhos.
Logo depois do nascimento de Jesus, houve, existiu uma figura que sempre me impressionou muito; ela é descrita no versículo 25 do capítulo 2 do Evangelho do Apóstolo São Lucas. (Lc
Quando soube que uma criança tinha sido levada ao templo para ser registrada, Simeão foi ao templo verificar e quando contemplou os olhos de Jesus, ele, então, disse: — “Senhor, agora despede em paz o teu servo, segundo a tua palavra, porque os meus olhos viram a salvação”
Esse homem se chamava Simeão e era um grande varão do templo apostólico e que passou para a vida espiritual logo depois de fixar os olhos em Jesus, Jesus recém-nascido.
Então, eu penso como teriam sido felizes aqueles que realmente viram os olhos de Jesus, porque, por mais que eu busque no Evangelho alguém que tenha visto diretamente os olhos de Nosso Senhor Jesus-Cristo recém-nato, eu não encontro ninguém, além do grande Simeão que, já numa velhice muito avançada, contemplou os olhos do menino e disse: — “Senhor, despede em paz o teu servo, porque os meus olhos já viram a salvação”
Eu imagino a beleza e a luminosidade dos olhos de Nosso Senhor Jesus Cristo, mesmo recém-nato, iluminando os nossos caminhos, porque o próprio Simeão, na saudação que pronunciou, disse: — “Eis que Ele veio para alumiar os nossos caminhos”
E a gente nota que todas as comunidades, todos os grupos sociais que se afastam de Jesus, como que entram numa certa perturbação (parece-nos, mas este verbo não é bem próprio).
A gente compreende que sem Jesus a nossa vida não tem significação, a significação exata que deveria ter e nós nos perdemos, nos tresmalhamos, porque estamos sem aquela bússola que nos indica o caminho.