Emmanuel
Como encontrar a paz e sustentá-la?
Semelhante indagação toma nosso endereço, há muito tempo, assinada por milhares de pessoas, localizadas a enorme distância umas das outras.
E, para respondê-las, mesmo resumidamente, é indispensável nos reportarmos ao progresso tecnológico da civilização terrestre de nossos dias.
Todas as nações ou quase todas as nações se apressam, atualmente, a efetuar a aquisição de mais apetrechos nascidos do progresso a que nos referimos, a fim de demonstrarem eficiência e grandeza.
Mais aviões.
Mais helicópteros.
Mais navios modernos.
Mais submarinos de alta resistência.
Mais carros de luxo.
Mais caminhões.
Mais televisores.
Mais aparelhos de refrigeração.
Mais conjuntos de som.
Mais telefones.
Mais elevadores.
Mais motocicletas.
Mais gravadores.
Seria infantilidade de nossa parte censurar a evolução, porque a evolução é irresistível.
Ninguém se lembrará de trocar um automóvel por um carro de bois.
Entretanto, será justo notar que o avanço tecnológico, por si só, não basta à sustentação da segurança na vida comunitária.
Consulte-se a estatística dos óbitos motivados pelas máquinas nos tempos últimos e chegaremos à lamentável conclusão:
—Deus permitiu que a Terra se beneficie com o progresso tecnológico, mas o homem faz os acidentes pela precipitação, pela impulsividade exagerada, pela imprudência, pela irresponsabilidade ou pelos hábitos infelizes.
Este livro [1] simples pretende afirmar que necessitamos de mais amor para usufruir construtivamente as facilidades que nos enriquecem a existência no Planeta, porquanto só o amor de uns pelos outros, segundo as lições do Cristo, conseguirá criar o respeito e a solidariedade, capazes de estabelecer, no mecanismo de nossas relações mútuas, a paz entre as criaturas e o discernimento da justiça.
EMMANUEL
Uberaba, 20 de Junho de 1986.