“Porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo.” — PAULO (Hb
As criaturas humanas vão sempre bem na casa farta, ante o céu azul. Entretanto, logo surjam dificuldades, ei-las à procura de quem as substitua nos lugares de aborrecimento e dor. Muitas vezes, pagam preço elevado pela fuga e adiam indefinidamente a experiência benéfica a que foram convidadas pela mão do Senhor.
Em razão disso, os religiosos de todos os tempos estabelecem complicados problemas com as oferendas da fé.
Nos ritos primitivos não houve qualquer hesitação, perante o sacrifício de jovens e crianças.
Com o escoar do tempo, o homem passou à matança de ovelhas, touros e bodes nos santuários.
Por muitos séculos perdurou o plano de óbolos em preciosidades e riquezas destinadas aos serviços do culto.
Com todas essas demonstrações, porém, o homem não procura senão aliciar a simpatia exclusiva de Deus, qual se o Pai estivesse inclinado aos particularismos terrestres.
A maioria dos que oferecem dádivas materiais não procede assim, ante as casas da fé, por amor à obra divina, mas com o propósito deliberado de comprar o favor do Céu, eximindo-se ao trabalho de autoaperfeiçoamento.
Nesse sentido, contudo, o Cristo forneceu preciosa resposta aos seus tutelados do mundo. Longe de pleitear quaisquer prerrogativas, não enviou substitutos ao Calvário ou animais para sacrifício nos templos e, sim, abraçou, ele mesmo, a cruz pesada, imolando-se em favor das criaturas e dando a entender que todos os discípulos serão compelidos ao testemunho próprio, no altar da própria vida.