Não obstante estejam carrancudas as nuvens do teu céu, prenunciando borrasca próxima aflitiva, espera. Após a tempestade que, talvez advenha, talvez não, defrontarás dia claro pelo caminho.
Embora a soledade amarga a fazer-te sofrer fel e dor como se já não suportasses mais a lenta e silenciosa agonia, espera. Amanhã, possivelmente dois braços amigos estarão envolvendo-te e voz veludosa cantará aos teus ouvidos gentil canção. . .
Mesmo que tudo conspire contra os propósitos abraçados, ameaçando planos zelosamente cuidados, espera. Há surpresas que constituem interferência Divina, modificando paisagens humanas, alterando rumos considerados corretos.
Apesar de a chibata caluniosa fazer-te experimentar reproche e desconsideração, arrojando-te à rua do descrédito, espera. A verdade chega após a calamidade da intrujice para demonstrar a grandeza da sua força, renovando conceituações.
À borda do abismo do desespero, incompreendido e em sofrimento, estuga o passo e espera.
Reconsidera atitudes mentais e recomeça o labor. O futuro se consolida mediante as realizações do presente.
Esperança expressa integração no organograma da vida.
O rio muda o curso, a montanha desaparece, a árvore fenece, o grão germina, enquanto esperam. . . A mão grandiloquente do tempo tudo muda. O que agora parece sombras, logo mais surge e ressurge em ouro fulvo de luz.
Espera, diz o Evangelho, e ama. Espera, responde a vida e serve. Espera, proclamam os justos, e perdoa. Espera no dever, distribuindo consolo e compreensão, porquanto, a fim de que houvesse a gloriosa ascensão do Senhor, na montanha da Betânia, aconteceram a traição infame, o cerco da inveja, a gritaria do julgamento arbitrário e a Cruz odienta, que em sublime esperança o Justo transformou na excelsa catapulta para o Reino dos Céus.