Como hábito, uma que outra vez com regularidade, altera o ritmo das atividades do quotidiano, a fim de haurires na comunhão da Natureza a necessária harmonia para o prosseguimento dos labores abençoados.
Uma evasão da cidade agitada na direção do bosque;
uma excursão a um local bucólico e ameno;
uma jornada aos campos dos arredores;
uma caminhada pela orla marinha;
um convescote à montanha. . .
Paisagens novas, inabituais à contemplação, ao exercício, à reflexão.
Neste recanto uma delicada flor oscilando em haste tênue; do alto visão ampliada, superando detalhes e vencendo distâncias;
em volta o ar rarefeito, dúlcido, respirável; pequenas boninas salpicando o verdor de todos os tons; o pulsar do corpo gigante do mar; búzios e algas variados pelas praias, despertando atenção;
painéis coloridos, variados, o céu, o sol, a vida. . .
Detém-te um pouco a considerar a harmonia que palpita em toda parte, ausculta o coração da Natureza, deixa-te arrastar.
Refaze programações, renova o entusiasmo, desasfixiando-te, eliminando tóxicos, miasmas que te excitam no dia a dia ou te entorpecem na maior parte das horas. . .
Faze, porém, tua busca de harmonia com simplicidade.
Nada de complexas, exaustivas arrumações: barracas, farnéis, guloseimas, isto, aquilo. .
Algumas horas nada são. Não devem ser complicadas, de modo a não se converterem em nova inquietação, diferente ansiedade.
Se, todavia, acreditares não dispor de tempo, de oportunidade, de meios – recurso nenhum, senão disposição, – abre a janela, à noite e fala às estrelas, escuta os astros fulgurantes, harmonizate.
Harmonia é também pão e medicamento. Não prescindirás dela se pretendes lograr êxito.
Mesmo Jesus, após as atividades de cada dia, ao lado dos amigos, refugiava-se, longe das multidões, no contato com a Natureza, orando, para prosseguir em harmonia com o Pai. E como afirma Paulo que “toda criatura de Deus é boa", mister se faz desdobrar essa natural bondade, a fim de que, em harmonia, tudo receba “com gratidão".