Convites da Vida

CAPÍTULO 3

Convite à Ascensão

“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. " (João: capítulo 14º, versículo
6)


Inumeráveis os óbices. Sem conto as dificuldades.

O cardo multiplicado na rota cravando-se aos pés andarilhos;

a pedra miúda penetrando pela alparcata protetora; a canícula ardente sobre a cabeça ou a chuva impertinente, prejudicial como circunstâncias impeditivas.

O apelo do alto, no entanto, chegando-te como poema de sol, encanto de paisagem visual a perder-se além do horizonte, ar rarefeito, renovador, abençoado. . .

Na estreiteza do caminho estão a visão próxima do detalhe nem sempre atraente, a lama e o abismo.

De cima, porém, a grandeza do conjunto harmonioso, em mosaico festivo, concitando-te a maiores cogitações. . .

No torvelinho agressivo do dia a dia é mister crescer na direção da vitória, libertando-te das paixões que coarctam as aspirações elevadas.

Examina, assim, a situação em que te encontras e arregimenta forças a fim de ascenderes.

Cá, na nesga da baixada dos homens, a dor em mil faces, o desespero em polimorfia fisionômica, a desdita em vitória. Mesquinhez abraçada a coisa-nenhuma asfixiando esperanças, esmagando alegrias. . .

Lá, nas alturas do ideal, a amplitude de vistas e a largueza de realizações. . .

Concitado ao programa redentor, não te detenhas no ultraje dos fracos, nem te fixes na insensatez dos desolados.

Paga o tributo do crescimento a peso de jovial renúncia e cordata submissão, superando detalhes desvaliosos e conjunturas lamentáveis, de modo a alçares o ser e a vida aos cimos espirituais.

Asseverou Jesus ser o caminho e, ensinando como alcançar vitórias legítimas, enquanto conviveu com os homens e lhes sofreu a ingratidão, não se permitiu deter com eles, ascendendo do topo de uma cruz, além do solo das paixões, aos cimos da sublimação.

Medita e segue-o, liberando-te da canga dos melindres e cogitações que te retêm no solo pegajoso das baixadas, desde hoje.