“E Jesus, respondendo, disse-lhes: pela dureza dos vossos corações vos deixou ele escrito esse mandamento.” — (Mc
Comentando o dispositivo aprovado por Moisés, com referência ao divórcio, Jesus tem uma luminosa definição, dentro do assunto.
O Mestre explica sabiamente que a instituição não procedia da esfera de influenciação divina, mas sim, da dureza dos corações humanos.
Quer isso dizer que o divórcio é uma providência oriunda da maldade, a fim de que a maldade não destrua, de todo.
Por melhor defendida pelos argumentos de juízes e sociólogos, a medida, cristãmente considerada, não pode passar disso.
Esse ou aquele cônjuge movimenta o processo separacionista justificando a atitude, com a alegação de que procura evitar o pior; entretanto, isso não constitui senão trama individual, quando não representa insaciedade criminosa.
O casal que procura semelhante recurso não faz mais que adiar o resgate de um débito, agravando os esforços do pagamento, pelas suas noções de irresponsabilidade.
Desdenha-se a possibilidade de hoje, mas não se poderá fugir às imposições de amanhã.
O marido grosseiro ou a esposa ignorante são também campos de trabalho do Senhor, além dos laços poderosos do pretérito que a união conjugal evidencia.
Muita gente busca essa válvula para escapar da experiência útil, entregando-se à variedade viciosa, mas vale-se de uma medida nascida da dureza dos corações humanos e não faz mais que caminhar ao encontro de seus efeitos perniciosos.
Os que se encontram em trânsito, da animalidade para a espiritualidade, devem meditar a lição de Jesus, abandonando a preocupação de meros caçadores de prazer.