Não te esqueças de que estender a caridade sem interesse e de que ensinar sem afetação, aos que sabem menos que nós, é o processo de beneficiar a nós mesmos. Em razão disso, não olvides o nosso dever no bem incessante.
Recorda que a vida edificou em ti um centro de criação e inteligência que te cabe desenvolver.
Viverás sob o esplendor solar, mas se não possuis bastante visão para percebê-lo, vacilarás envolvido nas sombras em que tantos se mergulham.
Caminharás entre sinfonias de imponente beleza, entretanto, se não contas com ouvidos percucientes para registrá-las, clamarás no deserto da surdez.
Disporás de bolsa repleta, contudo, se não sabes conjugar o verbo discernir, a fortuna arrojar-te-á, talvez, em precipícios de sofrimento e desilusão.
Respirarás entre preciosas bibliotecas em que jaz entesourada a luz do pensamento de todas as épocas, no entanto, se não podes penetrar o sentido da letra, cambalearás senda afora, à maneira de um sonâmbulo infeliz, nas obscuridades da noite.
Foge da inércia e trabalha sempre!…
Trabalha servindo aos bons para que se preservem e aos menos bons para que se reajustem, aos sábios para que se santifiquem e aos ignorantes para que se iniciem no conhecimento superior.
“Fora da caridade não há salvação” () pode também significar “fora do auxílio aos outros não te libertarás do eu; inclinado à vaidade e ao orgulho, ao egoísmo e à discórdia.
Consagremo-nos à plantação indiscriminada e constante do bem, desculpando e ajudando, aprendendo e redimindo, enriquecendo-nos de amor e avançando na sabedoria, e assim, criando paz e felicidade, beleza e progresso em torno de nossos passos, compreenderemos igualmente com Jesus que a vida é invariavelmente o espetáculo soberano das bênçãos do Pai Celestial, no livro da Natureza, e que é preciso acender, dentro de nós, a luz imprescindível, a fim de que através da sublimação da própria individualidade, estejamos em sintonia com a vida imperecível.