Modela-se o vaso saindo da lama desprezada graças às ágeis mãos do oleiro; a utilidade domestica toma forma sob a lâmina vigorosa do instrumento que fere a madeira, aprimorando-a para se tornar comodidade e conforto; encandece-se o minério e se faz moldável ao império do calor que o aquece; aprimora-se o homem através dos atos que lhe traçam os dias na terra, plasmando nele os valores da ascensão ou da queda, aos quais se afeiçoe. Em tudo palpita a ordem, em todo lugar vibra o equilíbrio, se manifesta o vigor da Lei. O chicote que vergasta nem sempre está punindo; não poucas vezes trabalha pela retificação do infrator. A reprimenda não tem caráter de humilhação; antes é advertência para evitar novo erro. A bitola que limita também ministra a bênção da direção, tanto quanto o trilho que obriga a máquina a deslizar nele imprime-lhe diretriz segura para atingir o objetivo ao qual se destina. É necessário, pois, que em nossos atos esteja presente sempre a ordem, essa filha da obediência e irmã da disciplina, formando uma harmônica tríade para o nosso sucesso na materialização dos objetivos elevados que perseguimos. Examinemos com a necessária atenção o ensinamento do Mestre que, desejando administrar-nos preciosa lição, sintetizou sublimes discursos na singeleza deste postulado: “Conhece-se a árvore pelo fruto", deixando que se compreendesse que os seus seguidores se fariam identificar pelos atos. Para que te possas tornar conhecido como discípulo do Senhor é necessário agires no bem, infatigavelmente. Para tal é imprescindível que imprimas em todos os compromissos a austera diretriz do Evangelho vivo e vibrante como normativa segura para a própria felicidade.
“Que, pois, o Espiritismo vos esclareça e recoloque, para vós, sob verdadeiros prismas, a verdade e o erro, tão singularmente deformados pela vossa cegueira!
Delfina de Girardin - (O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Capítulo 5º — Item 24, parágrafo 5)