Com a nossa reunião, na noite de 23 de dezembro de 1954, estávamos encerrando as atividades do ano. Era um ciclo de tempo a fechar-se, diante de outro que prestes se abriria… Trazendo-nos imenso júbilo, nosso amigo Emmanuel controlou os recursos psicofônicos do médium e orou conosco, em voz alta, sentidamente.
Senhor, Tu que nos deste no Tempo O sábio condutor de nossos destinos, Faze-nos entender a bênção dos minutos, A fim de não perdermos o tesouro dos séculos… Porque o Tempo, Senhor, Guardando-nos a alma Nos braços das horas incessantes, Embora nos amadureça o entendimento, Não nos ergue da Terra Ao encontro de Ti. Por ele, temos a hora do berço E a hora do túmulo, A hora de semear E a hora de colher, A hora de rir E a hora de chorar… Com ele, temos a experiência Da dor e da alegria, Da ilusão e da realidade, Do conforto e da angústia, Que, em nos transformando o raciocínio, Não nos alteram o coração. É por isso, Senhor, Que Te rogamos Assistência e socorro!… Ajuda-nos a cooperar com os dias, Para que os dias colaborem conosco. Ensina-nos a buscar A hora de buscar-Te, No respeito aos Teus desígnios, No trabalho bem vivido, No estudo de Tuas leis, No serviço aos semelhantes, Na contemplação de Tua grandeza E na ação constante do bem. Livra-nos da inércia, Porque sem Tua bênção A ronda dos milênios É só repetição, Prova e monotonia… Divino Amigo, vem!… E ampara-nos a senda Porque, sem Ti, o Tempo, Embora sendo luz E embora sendo vida, Sem que Te procuremos, Deixar-nos-á clamando Nos abismos da sombra, Da aflição e da morte… |