À Luz da Oração

Capítulo XLI

Oração diante da cruz



Contemplando-Te, ó Mestre, içado às dores,

Em teu trono de angústia, sangue e chagas,

Sinto em mim a grandeza com que esmagas

O ódio e a maldade dos perseguidores…


Ladeado por rudes malfeitores,

Ao vozerio de baldões e pragas,

Guardas no olhar a bênção com que afagas

O coração dos pobres sofredores.


“Perdoai-lhes, meu Pai!…” — disseste em pranto

No imenso amor, iluminado e santo,

Que a tua cruz de lágrimas encerra…


E vejo, enfim, que sem teus dons divinos

Não passamos de escuros peregrinos,

Infortunados lázaros da Terra!