À Luz da Oração

Capítulo XLV

Oração na festa das mães



Reunião pública de 12-5-1961.

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Senhor Jesus!

Junto dos irmãos que reverenciam as mães que os amam, para as quais te rogamos os louros que mereceram, embora atentos à lei de causa e efeito que a Doutrina Espírita nos recomenda considerar, vimos pedir abençoes também as mães esquecidas, para quem a maternidade se erigiu em purgatório de aflição!…


Pelas que jazem na largueza da noite, conchegando ao peito os rebentos do próprio sangue, para que não morram de frio;

pelas que estendem as mãos cansadas na praça pública, suplicando, em nome da compaixão, o sustento que a mundo lhes deve à necessidade;

pelas que se refugiam, nas furnas da natureza, acomodando crianças enfermas entre as fezes dos animais;

pelas que revolvem latas de lixo, procurando alimento apodrecido de que os próprios cães se afastam com nojo;

pelas que pintam o rosto, escondendo lágrimas, no impulso infeliz de venderem o próprio corpo a corações desalmados, acreditando erroneamente que só assim poderão medicar os filhos que a enfermidade ameaça com a morte;

pelas que descobriram calúnia e fel nas bocas que amamentaram;

pelas que foram desprezadas nos momentos difíceis;

pelas que se converteram em sentinelas da agonia moral, junto aos catres de provação;

pelas que a viuvez entregou à cobiça de credores inconscientes;

pelas que enlouqueceram de dor e foram trancadas nos manicômios;

e por aquelas outras que a velhice da carne cobriu de cabelos brancos e, sem ninguém que as quisesse; foram acolhidas como sombras do mundo, nos braços da caridade!…


São elas, Senhor, as heroínas da retaguarda, que pagam à Terra os mais altos tributos de sofrimento…

Tu que reconfortaste a samaritana (Jo 4:1) e secaste o pranto da viúva de Naim, (Lc 7:11) que restauraste o equilíbrio de Madalena (Lc 8:2) e levantaste a menina de Jairo, (Mc 5:21) recorda as filhas de Jerusalém que te partilharam as agonias da cruz, quando todos te abandonavam, e compadece-te da mulher!…